APESAR DO PERÍODO DE SAFRA, PRODUTORES RURAIS PARTICIPAM DE MANIFESTO EM APOIO A CAMINHONEIROS

O movimento dos caminhoneiros ganhou o apoio de produtores, empresários, organizações e autoridades de Tangará da Serra, a cerca de 240 km de Cuiabá. Comerciantes encerraram o expediente cerca de três horas antes do habitual, para que clientes e funcionários participassem de um manifesto pacífico por volta das 15 horas desta quarta-feira (04). 
 
Os manifestantes seguiram em passeata da rotatória da Avenida Brasil, na altura do Bairro Vila Alta, e se concentraram na Praça dos Pioneiros, a cerca de quatro quilômetros, no Centro da cidade. Caminhões seguiram na frente. O Hino Nacional foi executado durante a rota. A polícia militar contabiliza a participação de pelo menos três mil pessoas no ato. A ocasião foi oportuna para que as lideranças discutissem sobre o manifesto nacional que ocorrerá no dia 15 de março sobre o Combate à Corrupção.

A ação foi articulada em uma reunião entre representantes de diversas entidades. Isso porque, para os comerciantes, o momento é de incertezas econômicas já que dependem dos produtos transportados para vendê-los. Com os caminhões parados os negócios geram prejuízos financeiros. 

O momento é delicado também para o campo, já que os produtores estão em período de colheita, o que poderia prejudicar o transporte dos grãos aos depósitos e a negociação da safra. Apesar disso, o presidente do Sindicato Rural no município, Vanderlei Reck Junior, acredita que a ação possa fortalecer diversos setores da sociedade. “Todo o cidadão brasileiro está sendo afetado por esse sistema nesse momento que estamos vivendo no país. Então nós, tanto como entidades, quanto cidadãos, não podemos ficar de fora desse processo”, justifica. Reck, que também é vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), afirma ainda que “o setor produtivo colabora com a mobilização de modo apartidário, mas há o entendimento que a união das classes é o melhor caminho para o progresso”.

Apesar dos constantes bloqueios nas estradas, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra, Edgar Laurini, aponta que os produtores não devam ser prejudicados, posto que as vias sejam liberadas para o transporte de itens de primeira necessidade, como alimentos, combustível, remédios, mercadorias vivas e produtos perecíveis. “Com o bloqueio nas estradas, muitos produtos deixaram de ser entregues nos prazos, o que dificultou o apoio das entidades de classes naquele momento. Essa manifestação colaborativa é estratégica para expor nossas dificuldades, bem como pedir a apoio das lideranças nessa luta”, enfatiza. Sobre os acordos com o governo federal, comenta que o momento é de cautela. “Vamos aguardar para ver como fica tudo isso na prática. Ainda tem muito a ser discutido”, acrescenta.  

Reck acredita que a ação possa ser modelo de organização para os demais manifestos em todo o país. “É preciso agir de maneira ordeira, com o apoio de todos. Temos que entender quais são as dificuldades de cada setor, como fizemos com os caminhoneiros, para chegarmos em um consenso quanto as reivindicações. Nós precisamos dos serviços deles para transportar os produtos agrícolas e eles da nossa produção para trabalhar”, finaliza.

As propostas pautadas foram encaminhadas ao Governo Estadual, que sinaliza negociações. Uma reunião em Brasília ainda essa semana deve discutir as diretrizes para garantir que os produtores rurais não sejam prejudicados.
Autor: Luciane Carvalho
Fonte: Ascom SindRural Tangará da Serra-MT

Links Úteis

Endereço: Av. Lions Internacional, 2.650-W – Vila Esmeralda, Parque de Exposições
Telefones: (65) 3325-0142
Horário: Seg. à Sex - 07:30 às 11:00 - 13:00 às 17:30