Mais de 800 milhões de pessoas no mundo sofrem com a falta de alimento

Já parou para pensar que a comida que sobra na sua casa falta no prato de alguém? Apesar de a quantidade de alimentos produzidos no mundo ser capaz de acabar com a fome, há mais de 800 milhões de pessoas no mundo que sofrem com a falta de alimento. No Brasil são quase 14 milhões de pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um terço das famílias brasileiras termina o mês sem comida nas mesas, enquanto 14 milhões de brasileiros passam fome e o restante da população joga no lixo 30% de todos os alimentos comprados.

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Os números são camuflados devido aos velhos hábitos de consumo. Nacionalmente, fazem parte desse desperdício por exemplo, um volume grande de talos e cascas que não são usados e poderiam ser utilizados de várias formas. Além disso, ainda há folhas, frutas machucadas e sobras de pão, café, arroz, feijão.

De acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 40 mil toneladas de alimentos são jogadas fora por dia. Esse montante poderia nutrir cerca de 19 milhões de pessoas. O Brasil está entre os 10 países que mais desperdiçam comida no mundo.

Nem todo mundo sabe, mas uma grande parte dos alimentos desperdiçados poderiam ser reaproveitados. As cascas de frutas e legumes, por exemplo, têm um alto valor nutricional e, de acordo com a ONG Banco de Alimentos, possuem uma quantidade até maior de vitaminas, sais minerais e proteínas que a parte que normalmente consumimos.

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Em Mato Grosso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT) oferece o treinamento de Planejamento e Aproveitamento de Alimentos que tem o objetivo de mostrar como desenvolver atividades visando a orientação e o planejamento de uma alimentação saudável, aproveitando as potencialidades regionais, e utilizando todo valor nutritivo do alimento com técnicas caseiras.

É um treinamento bastante demandado, principalmente, pelas comunidades rurais. Para o primeiro quadrimestre de 2018 estão previstos 16 treinamentos que irão acontecer em 15 municípios mato-grossenses. Em Pedra Preta há duas turmas previstas para o mês de fevereiro. Os interessados devem procurar o Sindicato de Produtores Rurais de seu município para saber se há turmas programadas e se há vagas.

O conteúdo inclui assuntos como noções sobre os nutrientes que compõem os alimentos, alimentação alternativa, técnicas de seleção e preparo de alimentos. A higiene é outro assunto abordado neste treinamento. Se fala sobre a importância da higiene dos alimentos, ambientes, utensílios, equipamentos e também de quem manipula. Além disso, assuntos como avaliação dos hábitos e costumes da população rural, preparo de doces com frutas, aproveitando cascas e sementes e vários outros também fazem parte do conteúdo.

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MUNDO – Mas não é só no Brasil que existe desperdício. Enquanto, em todo o mundo, 815 milhões de pessoas passam fome, um terço da produção de alimentos vai parar no lixo. Ideias surgem a todo momento para tentar solucionar a situação. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Drexel, na Filadélfia, a forma em que se apresenta produtos feitos com esses ingredientes que estão sendo reaproveitados influencia a preferência do consumidor.

Os que tiveram maior resposta positiva foram aqueles rotulados como “upcycled”, um termo sem tradução para o português e que se refere a artigos que ganham um reúso, sem passar pelo processo clássico de reciclagem e, portanto, sem a adição de substâncias químicas. “Existe um argumento econômico, ambiental e cultural para se tratar o alimento, quando possível, como alimento, e não como lixo”, argumenta Jonathan Deutsch, professor do Centro de Gerenciamento Alimentar da instituição.

Ele acrescenta que converter alimentos excedentes em produtos além de alimentar as pessoas, cria oportunidades de emprego e empreendedorismo, e diminui o impacto ambiental dos resíduos. Deutsch comanda um projeto piloto de reaproveitamento de alimentos para a população carente no oeste da Filadélfia, onde, segundo ele, há um grande contingente de indivíduos de baixa renda, com cenário de insegurança alimentar.

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Dicas de reaproveitamento

Sopa – Ferva cascas de batata, de cebola, de cenoura, além de alho poró e de outros vegetais a gosto para fazer uma bela sopa. Salsinha e cebolinha também vão bem nesse caldo.

Caldo verde – Cascas de queijo podem ser acrescentadas a sopas ou caldos para dar um toque especial no sabor e na textura.

Queijo e legumes – Cascas de queijo podem ser acrescentadas às verduras refogadas. O sabor fica excelente

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Sobras Nutritiva

Rama de cenoura: Em 100 gramas da rama há quatro vezes mais proteína, três vezes mais vitamina C e quantidade ainda maior de ferro do que na polpa.

Folha de brócolis: Tem cinco vezes mais proteínas do que o talo.

Casca da jaca: Apresenta 11 vezes mais vitamina C do que alguns sucos de fruta.

Casca de abacaxi: rica em vitamina C e fibras. O ideal é usar em sucos, bolo e no doce em pasta.

Casca de banana: vitaminas A, C e complexo B. Pode ser usada no preparo de farofa e outros pratos.

Casca de goiaba: vitamina C e niacina. Usada em goiabada e no suco.

Casca de laranja: vitamina C e pectina. Sugestão é usar em doce cristalizado, geleia e bolo.

Casca de limão: rica em vitamina C e pectina. Usada na geleia, suco e doce cristalizado ou para aromatizar bolos e doces.

Casca de mamão: vitaminas A e C. Pode ser usada no preparo de doce em calda ou compota.

Casca do maracujá (parte branca): rica em pectina, niacina, ferro, cálcio e fósforo. Pode ser usado no doce em calda e chás, entre outros.

Casca de pepino: Em 100 gramas da casca do pepino há grande quantidade de potássio e fibras.

A folha da couve-flor: 100 g da folha contêm 122 mg de vitamina C, quantidade quatro vezes maior do que no mesmo volume da polpa da laranja, por exemplo.

 

Fontes:

– Correio Braziliense

– Ciclovivo.com.br

– Embrapa

– greenme.com.br

– IBGE

Autor: Da Assessoria - Senar

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