O Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) foi tema de uma audiência pública realizada hoje, em Brasília. As comissões de Agricultura do Senado e da Câmara dos Deputados debateram o assunto com representantes dos agricultores que não concordam com a cobrança retroativa da contribuição, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os agricultores querem escolher se pagam o Funrural pela receita bruta ou sobre a folha de salários, conforme projeto de lei (PLS 106/2017) do senador Alvaro Dias (PV – PR). Os senadores apostam numa solução política para o impasse.

Mais de 500 produtores participaram da audiência no plenário Petrônio Portela e outros mil foram acomodados em salas para acompanhar o debate por meio de telões. A Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) esteve presente e foi representada por caravanas de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia e Mato Grosso do Sul.

No encontro que foi permeado por discursos de deputados, senadores e representantes do agronegócio em busca de soluções para a cobrança, o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, recebeu aplausos da plateia quando falou sobre os elevados custos de produção que atingem a rentabilidade do produtor.

“O Funrural é mais um dos nosso problemas. É a gota d’água. Temos de resolver o Funrural de forma que não lese a economia do produtor”, afirmou.

Na avaliação do presidente da entidade, a participação de milhares de produtores no evento foi uma demonstração de como o setor produtivo sabe se manifestar de forma organizada em defesa de seus direitos.

“Mostramos grande capacidade de mobilização e de forma ordeira e organizada estamos dizendo ao Brasil que o setor produtivo não aguenta mais pagar a conta do país”, salientou.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB/MT), defendeu reformas estruturantes no país para permitir que o produtor possa produzir. Além do Funrural, ele citou o trabalho da FPA em parceria com entidades do Instituto Pensar Agro para solução de questões como a reforma previdenciária, a liberação de defensivos, a legislação ambiental e outros temas que afetam a produção.

*Com informações do Senado e da Aprosoja/MT